estado da arte - 3
Sempre que se pressente a queda de um Governo, mais ainda se for de direita, os inúmeros dependentes do arco do poder agitam-se contra a esquerda parlamentar que não governa. É uma encenação institucionalizada em que os "excluídos" fazem a sua parte: estruturam a contestação da rua.
Se tomarmos como boa a tese de que os radicalismos, mesmo que parlamentares, não devem pôr os pés no Governo da nação, a perplexidade situa-se na "aceitação" da direita radical (uma boa parte destrói o país nesta altura). E isso não só define o modo como foi estruturado o voto na democracia (uma espécie de clubismo), como explica o papel do PS (as pessoas que integram a organização não se "revêem" no programa do partido). É também por isso que a "Grândola, Vila Morena" cria tanto temor e principalmente na esquerda que governa-com-assento-na-oligarquia-das-benesses-ilimitadas.