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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

a culpa é do sistema?

18.02.13

 

 



"O início da aula é caótico e dificilmente se recompõe. São 30 alunos do terceiro ciclo, algo indisciplinados, e os primeiros minutos tenho de estar concentrada no teclado a escrever o sumário para não ter falta. Tenho dez minutos para o fazer", disse-me uma professora em estado de desespero. "Já protestei com o responsável que se desresponsabilizou com o sistema embora até concorde com o método", acrescentou.

 

Este exemplo ilustra o estado a que chegou o tratamento da informação, por outsourcing, nas organizações escolares e como uma aplicação informática pode inscrever um retrocesso civilizacional.

 

O tradicional livro de ponto é eficiente. Regista os sumários e as faltas de professores e alunos. Mas já não é eficaz. As faltas têm de ser posteriormente lançadas numa base de dados e os sumários perdem o seu valor essencial: didáctico e histórico.

 

Num país civilizado não existe registo de faltas. Mesmo em Portugal, as faltas dos professores podem ser comunicadas aos serviços administrativos por um assistente operacional que também recolherá, e lançará, as dos alunos. As faltas disciplinares requerem outro tratamento. Os sumários registam os conteúdos leccionados, servem de histórico para utilização didáctica e o momento de lançamento deve ficar à responsabilidade do professor.

 

O que nunca se pode misturar numa mesma base de dados é o lançamento de faltas e de sumários. Pelo menos a automatização temporal dos processos tem de ser independente. Se a pontualidade é um critério forte na educação das atitudes, já não o é tanto na eficácia de ensino. Sabe-se isto desde a criação dos livros de ponto.

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