da adse e das campanhas
Passos Coelho mentiu na campanha eleitoral. Disse, por exemplo, que era um disparate falar-se em cortes nos subsídios e foi o que se viu. Fê-lo também em relação ao sistema escolar e cavalgou, a exemplo de Nuno Crato no plano inclinado, a onda de contestação que os professores a muito custo sustentaram.
A ideologia radical do actual Governo tem adeptos que não saem do mundo das ilusões. Da ilusão ao radicalismo vai um pequeno passo.
Quando se pensa no futuro, imaginam-se as alternativas. O PS deu hoje um sinal que espera por isso a curto prazo. A polémica sobre a ADSE parece dividir o partido da rosa. Já li especialistas a fazerem laudos ao sistema e outros, como Beleza e Correia de Campos, no sinal contrário. Não consigo situá-los em relação ao trágico legado de Sócrates no sistema escolar (que tem algumas semelhanças com o que se passa na saúde). O que intuo é que a citada herança demora a ser engavetada de vez. É uma teimosa ilusão que se assemelha à que sustenta a tragédia em curso.
Por vezes, e por mais que se evidenciam os efeitos, o fanatismo partidário e os interesses que o movem não permitem ver para além disso e constroem um desastroso cimento.
Daniel Kahneman (2011:39), "Pensar, Depressa e Devagar", Temas e Debates, Círculo de Leitores, Lisboa, tem uma explicação.