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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

e ainda há quem não perceba o servilismo

17.11.12

 

 

 

 

 

Se há algo que não dignificou (sem surpresa, claro) o presidente da República e o primeiro-ministro foi o elogio de quem não fez greve. Tenho quase a certeza que Merkel não o faria e nem sei se não ficou perplexa com o servilismo que encontrou ou com a epifania que pretende montar o ensino dual de forma instantânea.

 

Ainda neste milénio, a Alemanha assistiu a greves de 15 dias consecutivos em alguns lands, com adesão total e em período de grave crise financeira (foi o primeiro país a ultrapassar os proibidos 3%), e o regime democrático que nasceu do pós-guerra assenta num sindicalismo forte (não existem centrais sindicais coloridas nem sindicatos de vão de escada) comprometido com os objectivos da organização, com presença nos conselhos superiores das empresas e num regime de co-gestão com patrões que não são accionistas. Não é por acaso que a gestão alemã consegue uma alta produtividade dos trabalhadores portugueses.

 

E podia ficar por aqui o dia todo a pesquisar e a tropeçar em inúmeras greves: a sério e muito respeitadas no país.

 

Em Portugal não é assim e a nossa fraca consciência cívica é aplaudida pelos mais altos dignitários da nação (Cavaco e Coelho nunca fizeram greve, aposto) que confundem seguidismo e amorfismo com descomplexidade competitiva. 

 

Não admira que a primeira página do Expresso nos dê conta de uma das causas para o estado em que estamos. Até arrepia.

 

 

 

 

 

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