não está fácil
A crise europeia agudiza-se nos mais variados ângulos de análise.
A sobreposição da lógica da nomeação em relação à escolha por sufrágio directo e universal (ou mesmo por outro processo intermédio que distinga as outras convicções das democráticas e que muitas vezes se classifica de possível ou aconselhável) vai enfraquecendo as instituições e contamina o continente num período difícil da história.
Já são de vários quadrantes os que apontam a "sovietização" das estruturas centrais europeias (baptizei-as em tempos de euroviete, tal a sua génese e sumptuosidade) e o desnorte actual confirmou-o na presença dos draghis e dos montis deste mundo (e não está sequer em causar a competência de ambos, o que se eleva é a fragilidade do modelo europeu).
Mário Draghi vai alertando para a perda de independência dos estados europeus, enquanto na Europa do Sul se esgrima à volta dos textos constitucionais. Os paradoxos atropelam-se e os Governos, como o nosso, vão obedecendo aos ditames não sufragados como é exemplo mais recente a exigência da refundação que também serviu para que a atenção se desviasse do tema orçamental.
A polémica orçamental pode ser um ponto de partida para a inadiável discussão da Europa. O federalismo e o modelo norte-americano estão sempre presentes. É bom nunca esquecer que os EUA nasceram da emigração colonizadora que trazia um fundamental património comum: a língua. Ao contrário da "estática" Europa, os "dinámicos" e "novos" EUA têm sido mais pujantes e dominadores. E mesmo assim, os estados são "controlados" para o democrático equilíbrio orçamental e nada mais. O modelo europeu nunca será uma cópia e só perde enquanto a espera for dominada pelas políticas defendidas por Wolfgang Schäuble.
Volto a publicar um vídeo interessante.