editorial (17)
Interessa-me mais o conteúdo do que a forma, embora a estética associada à configuração de blogues e de sites não me seja indiferente; bem pelo contrário.
Gosto de discutir ideias e não tenho muita paciência para o jogo de ódios e invejas que caracteriza a crise moral em que vivemos (nunca pensei escrever isto sobre uma qualquer actualidade portuguesa) e que se corporiza no totalitarismo das formas, simbologias e insinuações que atravessa as redes sociais e as outras.
Há tempos perguntaram-me porque é que "assinava" com o nome completo no virtual e porque é que tinha a fotografia no blogue. Lembrei-me do início da blogosfera e do incómodo que provocava uma opinião mais livre e difícil de controlar. A estratégia de descredibilizacão através da acusação do possível anonimato levou-me ao nome completo e à fotografia no blogue e assim ficou.
Nesta altura, o fenómeno "apenas e só a forma" tem outros contornos, manifesta-se muito no email, em telefonemas anónimos e nas mensagens privadas do facebook por parte de autores sem rosto, que exigem uma equilibrada mistura de duas categorias: paciência e indiferença.