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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

à volta do debate das caldas

08.10.12, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

A Ana Sousa inseriu um comentário neste post sobre o debate de 6 de Outubro nas Caldas da Rainha que deve ser lido. A partir de 2003, e com o célebre algoritmo que "resolveu" os concursos de professores bloqueando a recuperação de vagas e deixando milhares de opositores mal colocados sem o saberem, o rol de injustiças não parou de aumentar. O secretário de Estado que deu início ao processo também tinha fama de ser um descomplexado competitivo. Descredibilizou de tal modo o sistema escolar, que os que se seguiram "reformariam" com uma ligeireza arrepiante; e a saga continua.

 

 

"A vinculação de professores é um dos temas que me suscitaria mais interesse no debate das Caldas, caso tivesse podido estar presente, como desejaria.

Embora adiante já que tenho interesse pessoal na questão, continuo a considerar descabida a existência de uma vinculação extraordinária em ano de concurso nacional de professores, uma vez que os efeitos práticos das duas situações se sentirão apenas no ano lectivo seguinte, ou seja, em 2013/2014 (a partir de Setembro).

Como os concursos nacionais costumavam ter início em Fevereiro/Março, a vinculação extraordinária, a existir em ano de concurso nacional, previsivelmente nessas ocasiões, como se prevê, será efetuada já muito perto da data do concurso e servirá somente para cumprir um ponto da agenda política desta governação de Nuno Crato, criando novas injustiças.

Há professores do quadro, como eu, que aguardam a oportunidade de concorrer para se aproximar das suas raízes familiares, das quais se afastaram há décadas, por opção pessoal é certo, para conseguirem estabilidade profissional e vaga de quadro. Alguns deles foram professores titulares e estiveram impedidos de concorrer durante uns anos. Se houver vinculação extraordinária, algumas vagas serão ocupadas por professores cuja graduação profissional será muito mais baixa, assim como a realidade das vagas existentes será sempre condicionada, já que alguns pretendem mudar-se sem que tal seja conhecido previamente.

Estou há 27 anos a 150 kms das minhas raízes, tendo criado o meu núcleo familiar e vivido uma nova vida em “terra de ninguém” para mim. Foi a minha opção pessoal, com certeza, mas neste momento, tendo a família regressado toda às origens para estudar ou trabalhar, encontro-me sozinha a 150 kms de todos os meus. Gostaria de, também eu, regressar às minhas origens e, vendo a oportunidade de o fazer em breve, não me parece justo que vá encontrar menos vagas disponíveis, por terem sido preenchidas por colegas muito abaixo de mim na carreira, na sequência de uma vinculação extraordinária que produzirá efeitos apenas na mesma ocasião em que o concurso nacional a que poderei ser opositora poderá produzir efeitos também. A própria vaga que deixarei onde me encontro não será equacionada para efeitos dessa vinculação extraordinária. Logo, essa vinculação extraordinária teria feito sentido muito mais cedo, ou se produzisse efeitos em momento ímpar. Assim, não passará de um capricho do MEC, lembrando o ditado: “Com papas e bolos se enganam os tolos” e gerando outras injustiças e desacertos.

Para além disto, questiono-me se, entre os próprios professores contratados a vincular, e conhecidos que têm sido os atropelos nas recentes colocações, não haverá também muitas irregularidades que carecem de rectificação urgente, só possível através de um concurso nacional sério."

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