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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

repensar o espanto (reedição)

14.06.09

 

 

 

O dia 8 de Março de 2008 (que nasceu de geração espontânea e no horroroso sub-mundo da blogosfera para dar voz ao descontentamento real e fundamentado de milhares de professores não organizados) foi um dia histórico para os professores portugueses. O que se conseguiu foi insuficiente. É seguro. Mas, e considerando tudo o que já se disse sobre os contornos políticos, já se sabia que poderia acontecer assim. E depois? 

 

Dadas as circunstâncias, o caminho é longo e difícil. Mas como sabemos que temos a razão do nosso lado, só nos resta seguir em frente: os factos impõem-se por si e sobrepõem-se às vontades individuais e grupais. A implosão era inevitável e só aguardava o regresso ao estudo dos detalhes do monstro e às infrutíferas tentativas de aplicação.

 

Pela minha parte, estarei ao lado de todos aqueles que se decidirem a organizar acções de luta. Quem espera por opiniões unanimes entre os professores, é porque desconhece a génese e o metabolismo das democracias: nem unanimidade, nem tão pouco um desfilar de exercícios carregados de sensatez e do melhor espírito diplomático. Os professores nem são perfeitos nem pensam todos do mesmo modo; e ainda bem. Mas conhecem bem, pelo menos os milhares que estão no terreno, as origens de toda esta revolta. E quando as origens das rebeliões se fundamentam com tanta evidência, as organizações não têm outro remédio senão ir a reboque.

 

Este é um tempo novo. Daqui por uns anos poderá ser possível perceber os contornos desta sociedade em rede (já há quem acrescente à sociedade da informação e do conhecimento a ideia de democratização) onde não existem "servidores".

 

Seria melhor uma só manifestação nacional com o envolvimento de todos. Mas se isso não ocorrer, cá estaremos com a consciência de que o tempo se encarregará, como sempre, de explicar o inexplicável e de repensar o espanto.

 

Aguardemos, com a ideia de que ainda vamos a tempo de reeditar e mesmo de ultrapassar o que aconteceu a 8 de Março de 2008.

 

 

(reedição. 1ª edição em 17 de Outubro de 2008).

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