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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

se

23.12.12

 

 

1ª edição em 19 de Setembro de 2012 

 

 

Não é fácil dar um pequeno passo em nome da cidadania. O domínio do se exige-nos muito e inibe o direito à palavra. Propalamos o dever da opinião, mas não conseguimos fugir ao beco sem saída da intolerância. Não vivemos o contraditório com civilidade e isso não ajuda nos tempos que correm.

 

Se se criticava o Governo de José Sócrates, era-se um perigoso direitista ou esquerdista radical. Se se critica as políticas da actual maioria, é-se um esquerdista despesista e sem remédio. Se se publica um pedaço acertado da declaração histórica de um comunista, é-se um perigoso agitador. Se se tem um blogue, é-se um subversivo encartado ou um elitista insensível. Se se concorda com uma ideia liberal, é-se um convertido ao capitalismo selvagem.

 

Já nem as redes sociais escapam à voracidade do se: dos likes colocados às imagens que nos integram, tudo serve para o escrutínio tortuoso que nos consome. E podia ficar por aqui horas a divagar à volta do pronome pessoal (neste caso é mais conjunção, conforme contributo de uma professora de português).

 

E dou como exemplo um pequeno texto do politólogo José Adelino Maltez no facebook, que li e gostei:

 

"De mal com o gasparismo, pela mesma razão com que denunciei o socratismo, mantenho o meu feitio de radical do centro excêntrico, com situacionistas proclamando que não sou de confiança e com ataques formais vindos de sectores oficiais do PCP e de certas vozes anónimas que se acobertam em blogues do esquerdismo niilista. Para os devidos efeitos, sublinho que mantenho a minha concepção liberal do mundo e da vida."

 

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