em modo dual
O modelo de gestão escolar em curso registará duas nuances no presente ano escolar: nos mega-agrupamentos apenas a escola sede conhecerá os diversos órgãos, ficando as restantes à espera do sebastianismo docente e regressará uma forma, mesmo que mitigada, de sufrágio directo e universal para a eleição dos coordenadores de departamento curricular.
Este modelo está construído com base num dualismo que não se circunscreve às pessoas que reflectem sistematicamente sobre o assunto, embora, e à medida que o tempo avança, seja difícil identificar defensores públicos da epifania que vigora. Jornalistas, comentadores e por aí fora propalam posições favoráveis às dos últimos governos e parecem relacionar, e confundir, nomeação com liderança e eleição com chefia: não admira, por isso, a fragilidade das convicções democráticas, a ligeireza com que se suspende a democracia e a presença da troika.
E quais são as tais posições dualistas que interessa discutir?
Os que defendem, ou defendiam, o actual modelo, e o seu aprofundamento, consideram-se avançados, modernos, não despesistas, defensores de exercícios unipessoais e contrários à ideia de poder democrático da escola exercido maioritariamente por professores. Sem qualquer demagogia, podemos afirmar que uma boa parte desses pensadores estão associados às ideias e práticas que nos empurraram para onde estamos.
Os que se posicionam de forma crítica em relação ao modelo, são defensores da livre escolha da natureza do órgão de gestão, pretendem que as lideranças se legitimem pelo sufrágio directo e universal e advogam que a confiança nos professores, e a sua autoridade, começa no exercício do poder democrático da escola.
Já usei noutro post alguns dos parágrafos deste texto.