apenas incertezas
O século XX português ficou marcado pelo desfasamento em relação aos restantes países europeus. No sistema escolar, por exemplo, chegámos à massificação do ensino e ao período das promessas quando os outros já navegavam pela democratização e pelas incertezas. O que fizemos foi acelerado e com os riscos inerentes a quem não tem tempo para pensar.
Foi nesse registo que entrámos no século XXI e a voracidade aumentou com a queda na crise.
Quanto se festeja o aumento da esperança de vida e se "exige" o prolongamento do tempo profissional, os professores portugueses são "empurrados" para reformas antecipadas através da premeditada precarização das suas condições laborais. É impossível fiananciar o regime de pensões neste registo. É um tempo governado por desorientados.
Quando seria mais sensato reduzir o número de horas lectivas (também se dá emprego aos mais jovens e garantem-se direitos laborais que foram "arrancados" no feudalismo) a par do aumento do tempo profissional, os governos portugueses sucedem-se com a firme determinação de obedecer a uma lógica contrária. Não é apenas o tempo das incertezas que veio para ficar, é também o da desorientação que teima em não terminar.