tempo aceleradíssimo
Se o ímpeto da prepotência dá sinal de vida a quem dirige o que quer que seja, a relação com a eterna questão da verificação do carácter no exercício de um qualquer poder ganha ainda mais relevância.
Normalmente, o efeito boomerang dirigido ao despotismo é devastador.
Já vivi vários tempos de mudança em democracia e também em revoluções mais ou menos marcadas por injustiças seculares. Quando os períodos de poder são mais fracos (menos competentes, menos legitimados ou menos democráticos), o que se segue pode misturar uma espécie de caça às bruxas com as tentativas de passagem rápida para um lado conveniente.
O sistema escolar português viveu, desde 2006, um período marcado pela relação referida. Foram vários os que se embriagaram e que navegaram as ondas dos agrupamentos, da gestão escolar ou da avaliação de professores e evidenciarem a sua formação antidemocrática (sim, estou a pesar bem o que escrevo).
Vejo-os a regressar em tom inflamado e a insurgirem-se contra a passividade dos professores. São vozes que pululam entre o partido que foi Governo com maioria absoluta e os sindicatos da Fenprof (haverá quem pertença às direcções de outros). Não está sequer em causa o direito de cada um exercer os cargos em que entende ser útil, o que constato é o tempo aceleradíssimo que vivemos.