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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

os portugueses, as escalas e os desenhos

03.05.12, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

 

 

Dá ideia que para se ser um português respeitado tem de se anunciar pensamentos em grande escala e dar asas ao fraseado. Foi assim com o Quinto Império, com os descobrimentos, com a colonização, com os fundos estruturais, expressa-se no presente com os agrupamentos de escolas e com tudo o que nos disserem que fica bem e que disfarça o empobrecimento.

 

Não interessa perceber o que é que está em causa em termos organizacionais. Aliás, parece que para os portugueses a organização não é um valor precioso e que, quando muito, só deve ser praticada no estrangeiro. Também não interessa se vamos dar apenas mais um passo rumo ao caos anunciado. O que conta é o faz de conta e a prosápia e nada é mais eloquente do que comparar a megalomania com a fusão de universidades ou mesmo de nações. As crianças crescerão e a tese do homúnculo (as crianças como adultos em miniatura) regressará em força. Começam a ser tantos os regressos, que já nada nos deve espantar.

 

Há dois argumentos que deviam ser bem pesados: a proximidade das relações e o modelo de gestão em curso. Com escalas da dimensão dos mega-agrupamentos, teria de se mudar o modelo para que em cada edifício existissem possibilidades relacionais. Isto é tão elementar que já custa repetir.

 

Ouvimos, vezes sem conta, que os bons sistemas políticos estimulam os mecanismos de cooperação e de mobilização. Mas mais: os ditos mecanismos são ainda mais cruciais nos momentos de crise ou de empobrecimento.

 

O desenho legislativo da gestão das nossas escolas contraria as evidências, mas os nossos pseudo-democratas eliminaram a sensatez e substituíram-na pelos preconceitos ideológicos. Devemos explicar-lhes em forma de desenho (como na imagem que escolhi), e em grande escala, para lhes despertar a atenção?

 

É como se fosse assim: os de Bruxelas, os não eleitos, nomeavam o presidente da República que, por sua vez, nomeava o Conselho de Estado que, por sua vez, nomeava o primeiro-ministro que, por sua vez, nomeava a maioria da assembleia e lhes apresentava três nomes de cada concelho para elegeram os presidentes de Câmara. E o povo? Bem, o povo elegia a minoria da assembleia e era nomeado para os deveres de cooperação e de mobilização.

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