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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

o que se vai evidenciando

27.04.12, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

 

Ficou célebre um vídeo publicado, algures em 2008, salvo erro, pelo blogger Miguel Pinto (não me apetece ir à procura e pode ser que o Miguel se lembre) em que um engenheiro que geria um programa de fundos estruturais no sistema escolar afirmou, de forma veemente, a sua indignação com o discurso anti-professores e anti-escola que estava enraizado no MEC.

 

Há muito que se conhece esse discurso. Existem algumas explicações e não se deve considerar que essa nefasta realidade não tem contribuído de forma determinante para a degradação do poder democrático das escolas (não tenhamos vergonha de repetir até a exaustão o substantivo, que a democracia é preciosa e só quem a perde é que se lamenta).

 

É natural que, num país tão centralizado e caótico na sua divisão administrativa, os poderes centrais se sintam protegidos por um qualquer ente e se atrevam a olhar com complexos de superioridade os inferiores hierárquicos espalhados pelo território dominado e que, em muitos casos, sofram da pavor do regresso às escolas e se atirem com desdém a quem por lá exerce funções ou à capacidade das mesmas para escolherem os caminhos que devem percorrer. Este privilégio de pequenos-poderosos-não-sufragados é desejado por muitos dos que estão nas escolas e temido por outros tantos. A coisa piora quando coincidem.

 

É também célebre o telefonema de um "responsável" escolar a perguntar pelo sítio lateral onde deveria colocar o selo branco. A experiência sempre me disse que há uma quantidade razoável de dirigentes escolares que passam a vida ao telefone, ou em presença física, com os poderes centrais e regionais. Estão sempre cheios de dúvidas, alimentam o discurso anti-escola e anti-professores, contaminam as estruturas como o Conselho de Escolas e são adeptos de tudo o que seja nomeação para cargos intermédios para formarem "equipas coesas". Têm pavor do contraditório e, em regra, deixam as instituições num estado pior do que o que encontraram. Nunca conheci alguém competente que desejasse esses meandros e isso explica muito do estado a que chegámos.

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