novo modelo de gestão escolar
Apesar de tudo indicar que a obsessão com o aumento do espaço, neste caso da escala, é apenas a resposta aflita à supressão do tempo, os mega-agrupamentos carecem de outro regime de gestão escolar. A humanização como categoria organizacional impor-se-á à escala e será uma resposta para contrariar a absolutizacão do presente.
O modelo vigente, e o que se anuncia, é incapaz de gerir as mega-organizações. Será a anarquia em forma de caos, por muito interessante que seja o estudo dessa imagem organizacional.
Para além de ser imperativo devolver à escola o perdido poder democrático, será necessário consolidar as especificidades de cada uma delas e afirmar os planos estratégicos educativos locais no âmbito de um quadro de divisão administrativa do país que se identifique como moderno e razoável. Desta forma, é fundamental definir de vez o papel dos municípios na gestão dos territórios educativos que não se devem circunscrever ao escolar. Não faz sentido que a participação das autarquias se exerça em cada escola ou agrupamento. Deve focar-se nos Conselhos Municipais de Educação (existem?) com um nível exigente de prestação de contas nas políticas de educação e nos números do abandono escolar.
Quase que só temos conseguido substituir a atomização desresponsabilizadora do centralismo pelo caciquismo local. Se não formos capazes de civilizar as ideias de compromisso, de cooperação, de mobilização, de contrato e de poder democrático, andaremos muito, depressa, sem resultados positivos, principalmente sem progressos e invariavelmente voltaremos atrás a sítios que nos pareceram seguros.