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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

encruzilhada

27.02.12, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

Um encarregado de Educação tranquiliza-se se as aulas do seu educando correrem bem e se os resultados escolares corresponderem às melhores expectativas. Contudo, já não devia ser tão linear que um cidadão acreditasse que os problemas educacionais se resolvem dentro das salas de aula. Essas crenças acentuam a desigualdade de oportunidades e é grave se se construírem as políticas educativas com base nesse pressuposto.

 

Sem salas de aula não há ensino e a Educação agradece o que aí acontece. Mas era bom que nos convencêssemos que o sucesso educativo recebe o contributo maior (em regra mais de 50%) pelo que se passa na sociedade ou na família, ficando a segunda fatia da hierarquia (uns 30%) para a organização das escolas nas variáveis que estão fora das salas de aula e que, naturalmente, não são tão visíveis para os encarregados de Educação.

 

É comum, nos países mais desiguais socialmente, projectar nas escolas a má consciência pelos maus resultados políticos. O desespero reveste-se de uma capa em forma de reformas compulsivas que apontam o dedo às salas de aula e aos professores, retirando-lhes o poder de decisão e conferindo a uma imaginada comunidade educativa a capacidade de influenciar fortemente a organização escolar. Em regra, a generalização apressada desses conceitos tem resultados desastrosos que são apreendidos rapidamente pelas atentas crianças.

 

É também disto que se fala quando se conclui que a nossa sociedade não respeita os professores e que os índices educacionais das crianças começam a descer para níveis tão preocupantes como as taxas de natalidade ou o desemprego dos jovens adultos; seus familiares, digamos assim.

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