arena política
A imagem da escola como arena política é interessante e quase inevitável. Num dos picos da contestação que os professores portugueses exerceram contra os últimos governos do PS, um militante socialista, pessoa informada e preocupada com o desastre das políticas educativas do "seu" governo, disse-me que os professores estavam a errar por "levarem" a política para dentro das escolas. Discordei e expliquei-lhe que era o contrário. Era exactamente o governo quem provocava o fenómeno, de forma consciente ou não. Ainda conversámos sobre a imagem referida no início, mas, e no caso do modelo de gestão, estávamos a observar a entrada nas escolas dos piores hábitos da política partidária.
Não nos esqueçamos que os dois maiores partidos portugueses consideram que "colocar" administradores nos hospitais e nas escolas faz parte do seu caderno de encargos.
Repare-se nas conclusões deste post do Aventar:
"(...)Neste momento há dois elementos que são cruciais para que tudo fique na mesma:
- o poder político (partidário) está a tomar conta da gestão das Escolas. Hoje, os Diretores são, em muitos casos, boys and girls do aparelho local. São eles a guarda avançada de um processo mais amplo de marginalização da Escola Pública – só assim se compreende que Escolas Públicas tenham o descaramento de escolher alunos, deixando alguns outros de fora!
- E “estragar” a Escola Pública é abrir portas ao mercado da Educação!(...)"
A proposta do governo sobre gestão escolar, tem, no artigo 6º, aquilo que, neste momento, mais interessa às concelhias e às distritais dos referidos partidos políticos.