da ligeireza (2)
A frase "É mais correcto falar em ignorância do que em conhecimento quando nos referimos à forma como cada um aprende e é por isso que é ainda menos rigoroso hierarquizar os modos de ensinar um qualquer conteúdo" pode ser um ponto de partida para a discussão de uma série de assuntos relacionados com o sistema escolar.
Outra existência confirmada, mesmo que se considere que há quem vá para além do exercício de indução, é a era da globalização. Os tempos incertos que vivemos estão associados às tecnologias da informação e da comunicação e às suas redes.
Toda a emancipação que se exija num sistema escolar - e isso é fundamental - remete também para o que foi escrito e para a ideia de possibilidade.
Desde há muito que a interdisciplinaridade é perseguida pelos sistemas escolares. A sua implementação como locomotiva curricular é que pode ser desastrosa. Para se contrariar a tese de que tudo o que é transversal se dilui e se perde, atribuíram-se horas curriculares a actividades como a área de projecto.
Convenço-me, e por ter referido o exercício de indução, que o ensino das artes e das tecnologias da informação, e de algum modo a ideia de área de projecto, são essenciais à construção do ambiente de inovação e de apreensão do novo que importa proporcionar nas escolas. Para isso, os sistemas de informação dessas organizações necessitam de se libertar de inutilidades de má burocracia como os projectos curriculares de turma ou a aferição de competências transversais. Foram procedimentos desse género, que nasceram fora da sala de aula e que nunca lá conseguiram entrar, que nos empurraram para onde estamos. Poderá ser ligeiro e regressivo eliminar o que existe sem tocar na má burocracia. Limitarmo-nos à regulação é insuficiente quando o mundo é global, emancipador e funciona em vórtice informacional.