das natas
Fiquei perplexo com a conferência de imprensa do ministro da economia onde advogou a internacionalização dos pastéis de natas, embora compreenda a necessidade do nos afirmarmos nos negócios globais. Não percebi se era o próprio ministro o empreendedor da pastelaria de Belém ou se estava a encomendar a ideia. Se acontecesse outro fenómeno Papo D´Anjo, a dor de cabeça não seria sua. Vi o jovem empresário dos Pastéis de Belém a descartar a sugestão, porque considerou decisiva a sigilosa produção artesanal dos pastéis e não deu crédito à possibilidade de massificação da coisa.
Se a intenção do ministro era pedagógica, parecia-me melhor anunciar um programa de apoio e usar o Mateus Rosé como exemplo. A busca dos frangos de churrasco da Nando´s (que já experimentei) também não me pareceu feliz. Aquilo é incomestível e os consumidores da comunidade global podem não ser tão adeptos do plástico gustativo como um qualquer nicho de britânicos.
Encontro uma explicação. Como a imitação costuma ser o nosso desgraçado hábito, e considerando o recente convívio com os chineses, do partido único, que se têm revelado exímios em privatizações, os nossos governantes sentiram-se mandatados para protagonizarem a economia em vez de a (des)regularem e apoiarem. O desnorte dos neoliberais é evidente.