19%, vejam lá
A notíca dizia que um quinto da população portuguesa não tem qualquer nível de ensino, o país chocou-se e a agenda mediática dissecou a tragégia. A leitura do texto domingal do provedor do Público fez-me sorrir. Hoje fiquei a saber que nesses 19% estão incluídos os bébés e os petizes que ainda não concluiram o primeiro ciclo de escolaridade. Espero pelos debates e pela desconstrução por parte dos actores mais apressados e distráidos. É também disto que é feito o bullshit que indica aos jovens o caminho da fuga (seria interessante perguntar ao primeiro-ministro se aconselha os nossos jovens investigadores a seguirem para países mais endinheirados ou se devem acreditar no país):
"On bullshit é o título de um pequeno livro do filósofo americano Harry G. Frankfurt e na tradução portuguesa ficou como "a conversa da treta". Mesmo com a quantidade enorme de bullshit nas nossas sociedades, não há estudos profundos sobre o tema, diz o autor. Por isso, não existe uma teoria geral do bullshit, o que é paradoxal, considerando a sua ubiquidade. O bullshit é uma ameaça mais insidiosa para a verdade do que a mentira. Está totalmente desligado de uma preocupação com a verdade. O bullshit é objecto de uma estranha tolerância, enquanto a mentira é vista em geral sem benevolência. Outra das razões para o aumento do bullshit, é o facto da sociedade actual exigir de todos que tenhamos opinião sobre tudo, mesmo sobre aquilo que desconhecemos. É evidente que o mundo dos media constitui um excelente caldo de cultura bullshit."