Passos
A proposta do governo de estrutura curricular não vai além dos cortes. Não se consegue perceber outra intenção. Os 45 minutos a mais ou a menos têm pouco significado científico ou pedagógico, apesar de se sublinhar o reforço na história, na geografia e no ensino experimental nas ciências (a questão do desdobramento de turmas é, no mínimo, polémica).
A eliminação da totalidade das áreas curriculares não disciplinares (área de projecto, estudo acompanhado e formação cívica), a eliminação do par pedagógico de evt e as supressões no 12º ano permitem uma folga horária que facilita a redução do currículo a uma ideia de essencial com vantagens que carecem de demonstração empírica. Os estudos comparados com outros sistemas escolares, principalmente com os mais avançados, dizem-nos que abdicar da denominada escola completa é sempre uma medida empobrecedora; empobrecer é, afinal, uma ambição transversal.
Parece-me que, e de acordo com a referência no texto do governo, apenas se deu um primeiro passo em direcção à redução de 102 milhões de euros orçamentados para 2012. A revisão do estatuto da carreira docente e a aglomeração de escolas serão os passos seguintes?