"(...) Numa altura tão difícil e injusta, que os portugueses têm aguentado com uma paciência que eu considero inexcedível, em que vivemos num neofascismo capitalista, que afasta ainda mais as pessoas da cultura e dos livros, estar aqui hoje é, também, um ato de protesto. (...)"
paciência lusitana
Depois do presidente da República ter a aplaudido a nossa "maturidade cívica", o escritor António Lobo Antunes prefere elogiar a "paciência inexcedível". Vou mais pela segunda, sem desconsiderar a primeira. Os professores, por exemplo, andam há anos a dar lições de civismo sem uma palavra elogiosa de Cavaco Silva. A maturidade cívica estava eliminada do seu vocabulário e alguns saberão a razão.
Diria, como na imagem, que é mais uma questão de peixes. Não de pregar-lhes o que quer que seja, que os tempos não estarão para isso, mas mais no sentido de se ter qualquer coisa para servir à mesa. Se os pratos ficarem vazios, os portugueses farão um delete à maturidade e à paciência?