prestação de contas
Seria interessante um estudo sobre o financiamento que as escolas do ensino não superior utilizaram durante as últimas duas décadas para as despesas de funcionamento. Tenho ideia que não haverá qualquer "buraco" financeiro e que apenas uma contabilidade atávica terá apurado despesa excessiva depois do fecho dos anos económicos e que terá sido corrigida no ano seguinte. E mais: mesmo com desperdícios vários, o produto dividido pelo o número de alunos envergonharia qualquer arauto do despesismo do sistema escolar.
A despesa com os salários dos professores é da exclusiva responsabilidade dos sucessivos governos em anos de eleições. A década de noventa do século XX foi marcante, com destaque para o célebre monstro de Cavaco Silva no início e para a reorganização curricular orientada por Marçal Grilo no final. Esta última, foi megalómana e assentou num conceito que nunca pode ser uma locomotiva curricular: a interdisciplinaridade.
Outro argumento esgrimido pelos que repetiram o chavão de que tudo-está-mal-nas-escolas-do-estado foi a sua captura pelos sindicatos. Quem está no terreno sabe que não foi assim. É tão pouco conhecedor como dizer-se que em determinada época os professores foram mais directivos e noutra priveligiaram teses diferentes. A forma com a sociedade encarou a educação foi sempre mais decisiva.