cortinas de fumo
Há tempos escrevi assim sobre este assunto do momento:
"O excesso de eufemismos também cansa e o sistema escolar não foge a isso. A discussão clubista à volta da origem - estado, cooperativo ou privado - da organização escolar, só serve para alimentar uma cortina de fumo e fugir ao essencial. Divide os profissionais das três áreas e deixa em sorriso crescente os beneficiários do estado de sítio.
A privatização de lucros através do orçamento de estado é a discussão que interessa fazer e o poder mediático não a faz; naturalmente. Tudo se joga aí. Estamos a sair de um tempo em que fazer gestão pública, com entrega e competência e sem objectivar lucros pessoais, era visto até como um sinal de ausência de ambição. O modelo imposto na sociedade só admitia duas condições: és patrão e lucras muito ou aspiras a sê-lo; até no sistema escolar. Os resultados falam por si.
A fórmula lucrativa no sistema escolar é simples: redução de custos salariais e quanto mais desregulado o processo melhor. Daí à corrupção é um pequeno passo, como está mais do que comprovado.
Não faço qualquer confusão entre lucro e corrupção. Sabe-se é que não têm que ser sinónimos. Também defendo que o sistema escolar não pode proporcionar privatização de lucros; mais ainda no ensino não superior."