editorial (10)
Gosto de ter um blogue e procuro que a sua existência tenha um registo que me seja leve. Nem sempre consigo e entro num ritmo de publicação algo cansativo. A defesa do poder democrático da escola, e de outras questões cívicas, desassossega-me a alma, estimula-me a escrita e exige-me a ultrapassagem do limiar da leveza. Por vezes, vejo-me no centro de um qualquer turbilhão. Como é a consciência que comanda as emoções e racionaliza as decisões, saio tão construído como quando entrei. Continuarei na defesa das minhas convicções e a dar asas ao livre pensamento, sem permitir que as coisas pequenas ocupem outro lugar que não seja o da indiferença.
Não controlo a origem das entradas no blogue. Sei, naturalmente, que muito leitores são locais. Associar os posts ao que se passa no sítio onde resido é um devaneio que me escapa. Já disse mais do que uma vez: tenho mais vida.
Sempre assinei os textos que publiquei nos diversos suportes, não escrevo por encomenda e identifico-me nos comentários que insiro na blogosfera. Este editorial sublinha a minha não militância e independência. Não é um estatuto fácil numa sociedade como a nossa, mas tem recompensas que depuram a limpidez nas relações humanas.