inconfessáveis
Há dois atributos essenciais para os que acreditam que uma ideologia é sempre um conjunto de interesses inconfessáveis: o cinismo da política e as teorias da conspiração. Se se viciarem nesses raciocínios, podem confundir o nível da discussão e baralhar conceitos. É até humano que assim seja.
Enquanto os professores forem pessoas haverá sempre uma carga genética a influenciar o seu estilo de ensino e uma componente ambiental que possibilitará a melhoria do seu desempenho. Se o professor quiser que os alunos o ouçam usará um estilo de comando ou directivo, se escolher organizar os alunos por grupos pode ir da avaliação recíproca aos pequenos ou grandes grupos, se pretender que os alunos encontrem uma solução pode ir pela resolução de problemas ou pela atribuição de tarefas, se desejar que os alunos cheguem ao resultado que desenhou pode optar pela descoberta guiada e por aí fora.
Baralham-se os níveis se se reduzem a docimologia e as técnicas de ensino, que são, a par do conhecimento científico, os verdadeiros patrimónios dos professores, à importante discussão ideológica; a sistemática e a inteligência exigem níveis diferentes. Confundir estilos de ensino com correntes políticas e ideológicas é tão pouco avisado que chega a ser risível. E nada disto significa que na Educação não haja luta ideológica. Pelo contrário. Muitas vezes, e como se tem comprovado, as ideias não coincidem com as acções e muito menos com os resultados.