eduquês e inclusão
Arriscando-me a cair num registo redundante, mas considerando a polémica que acusa os críticos do eduquês (e excluo Nuno Crato do grupo de críticos do eduquês) de serem inimigos da inclusão e da democracia, afirmo que a má e excessiva burocracia fez mais pela exclusão de alunos do que as outras variáveis. Apenas a sociedade ausente, onde se incluíram a pobreza e a falta de ambição escolar, conseguiu níveis mais elevados.
As políticas educativas do meu espaço político, a esquerda (no caso português a coisa preencheu a mente de todos os partidos políticos que passaram pelo parlamento), convenceram-se que a burocracia seria o advogado de defesa do aluno-réu perante o todo poderoso professor-juiz e que assim se garantiria a igualdade de oportunidades.
Substituiu-se a palavra do professor pela evidência documental e nasceram inúmeras inutilidades informacionais. Os professores muito fizeram para escaparem a esse inferno. Por direito de sobrevivência, usaram a farsa para esconderem a mágoa e a saturação e apoiaram menos os alunos desprotegidos. Pelo contrário, quando encontraram ambientes organizacionais despoluídos e civilizados, mobilizaram-se para a inclusão e ajudaram a democracia a crescer.
1ª publicação em 22 de Junho de 2011.