a última ad e as reformas sapientes
A primeira década do milénio foi má para Portugal e para o seu sistema escolar, apesar do devaneio ter começado no século passado. Uma das causas do desmiolo no sistema escolar, foi o convencimento providencial. Tanto em 2002 como em 2005, os governantes foram investidos com a aura da infalibilidade e apoderaram-se de um olhar sobranceiro para quem se movimentava no terreno. No caso do sistema escolar estou a referir-me às escolas e não ao kafkiano ministério da Educação.
A segunda década do século XXI começa outra vez com a AD e com um país de tanga esburacada. Da vez anterior, o sistema escolar viu chegar a equipa de David Justino, o tal que só não contratava gestores para as escolas porque não tinha dinheiro para lhes pagar e que fazia fé em João Rendeiro do BPP. Trouxe um secretário de estado que se dizia cheio de provas dadas em anos de EXPO. Cedo se percebeu que o gestor terraplenaria e que conduziria apenas de auto-estrada, como se gabavam os seus fãs incondicionais. Foi, no género, o maior flop técnico e político que me foi dado assistir e fez uma mossa irreparável no já depauperado crédito do sistema escolar; pagou-se caro porque abriu o atrevimento dos que se seguiram.
Quem não se lembra do concurso de professores feito pela Web? Uma excelente e inevitável ideia descredibilizou toda a equipa governativa da Educação, porque a terraplenagem despreza até o bom conhecimento. A incompetência de um sistema de informação acontece sempre quando quem tem de fazer a gestão da informação desconhece o assunto e se limita a transferir procedimentos entre universos distintos. Como os tempos são hoje ainda mais vorazes, a repetição de coisas do género resultará em ainda menos tempo de governação e não sei se o país aguentaria mais reformistas providenciais e apressados.