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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

do controlo sobre as pessoas

14.06.11, Paulo Prudêncio

 

 

Há muitos que ainda não entenderam que na génese da propalada accountability está uma "nova" gestão dos serviços públicos que tem como alicerse o controlo dos sujeitos, que nada de tem de novidade e que tudo nos diz sobre os caminhos silenciosos do totalitarismo.

 

"O que havia de tão novo nestes projectos de docilidade que interessava tanto o século XVIII? Havia a escala do controlo: era uma questão não de tratar o corpo, num grupo, "por atacado", como se se tratasse de uma unidade indissociável, mas de trabalhá-lo "a retalho", individualmente, de sobre ele exercer uma coerção subtil, de obter domínio sobre ele ao nível do próprio mecanismo - movimentos, gestos, atitudes, rapidez: um poder infinitesimal sobre o corpo activo. Depois havia o objecto do controlo: não eram ou não mais eram os elementos significadores do comportamento ou a linguagem do corpo, mas a economia, a eficiência de movimentos, a sua organização interna; a única cerimónia verdadeiramente importante é a do exercício. Por último, há a modalidade: implica uma coerção ininterrupta e constante, a supervisão do processo da actividade e não tanto o seu resultado, e é exercida de acordo com uma codificação que reparta, tão proximamente quanto possível, tempo, espaço, movimento. Estes métodos, que tornaram possível o controlo meticuloso do corpo, que asseguraram a sujeição constante das suas forças e lhes impuseram uma relação de docilidade-utilidade, poderão ser chamados de "disciplinas".(...)"

 

Jardine (2007:57), Foucault e Educação. 

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