da verdade e do tempo
Há dois tipos de comportamentos que raramente nos enganam: o do activista intolerante que apregoa o sacrifício dos outros e que na primeira oportunidade de poder se transforma na mais déspota das criaturas e o do sacrificado pela nação ou instituição que propaga aos sete ventos o seu amor à causa acima de quaisquer circunstâncias.
Como o primeiro tipo está escancarado, talvez seja oportuno reavivar a memória para o segundo. Quando os países ou as instituições vivem momentos de separação de águas, exige-se alguma coragem e firmeza; há sempre riscos. É nesses momentos que surgem muitas criaturas do tipo dois: passam a mensagem de que estão a colocar o interesse geral acima do seu, tentando relegar a acção mais vertical para um registo de desinteresse pelo colectivo. O problema é sempre a ingratidão do tempo que desvenda o que realmente os moveu: a vidinha e o exacerbado interesse individual.