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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

de rerum natura

11.05.11, Paulo Prudêncio

 

 

Não deve espantar, nem aos mais desatentos escribas da direita, o facto do programa do PSD inscrever o desmiolo dos mega-agrupamentos associado a directores de carreira não eleitos e a uma alteração do modelo de gestão escolar em busca da municipalização.

 

Quem se dedica a estudar acerca da origem das coisas, sabe que foi o PSD quem no início da década de noventa do século passado introduziu o conceito de agrupamento e de órgão unipessoal nomeado. É uma questão de DNA. Como sempre acontece, o PS mais envergonhado com o adjectivo esquerda e liderado, neste aspecto, por arrependidos do PCP, cavalgou a onda.

 

Os relatórios da experiência, em cerca de 30 escolas, de 1992 a 1997, foram taxativos: o caderno eleitoral da escolha do órgão de gestão deve ser abrangente, os órgãos intermédios devem ser eleitos, as comunidades devem referendar entre o unipessoal e o colegial e a autonomia escolar tem que deixar de ser uma miragem. E assim nasceu, muito a contra-gosto do arco da governação, o decreto lei 115 A 1998 que apontava para a autonomia da gestão escolar.

 

Quando o processo se estava a consolidar e obtinha indicadores positivos, surgiram os iluminados deste PS. Decretaram o fim da autonomia das escolas e, embora titubeantes, três anos depois da posse embeveceram-se com a agenda PSD para a gestão escolar: em 2008 decretaram o fim do poder democrático da escola. Ou seja, terraplenaram o sistema para que quem se seguisse pudesse dar ainda mais assas ao conceito parceria público-privado que o bloco central tanto pratica.

 

O resto são más campanhas eleitorais, encenações e tentativas desesperadas de aplicar o programa da troika sem atingir muito os amendoinsenquanto se lançam ideias para novas áres de negócio e de emprego partidário.