dos escolhidos
Os professores portugueses andaram anos a fio a democratizar o acesso ao ensino com parcos recursos de gestão. Para além disso, desdobraram-se em tarefas de substituição das famílias, dos serviços sociais, dos serviços de saúde e de sei-lá-de-mais-o-quê. Os indicadores da respeitabilidade das classes profissionais junto dos portugueses colocam os professores no lugar cimeiro e em destaque; lá saberão o porquê.
Todavia, os governantes dos últimos anos designaram os professores do seu país como a classe maldita.
Por outro lado, o governador do Banco de Portugal (BdP), quase ignorado nas agendas mediáticas, disse ontem, que eu vi, que os governantes e os administradores públicos têm de ser responsabilizados pelo estado miserável das contas do país.
Dito isto, é com perplexidade que leio o chefe do governo de gestão em campanha considerar a avaliação de professores como uma das prioridade do seu programa de governo para a Educação. Quem conhece o estado das nossas escolas só pode confirmar o estado de perigosa alienação deste governante. Mas mais: no mesmo dia, a ex-ministra ML Rodrigues vem sentenciar que a suspensão da avaliação de professores foi um episódio sem significado no curto prazo. Parafraseando o governador do BdP: esta gente tem de ser responsabilizada mesmo; desde logo pelo voto, que raio.