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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

call girl

23.02.08


Tenho passado alguns fins de tarde nas salas do único cinema da cidade onde vivo. O cinema é o Delta (de acordo com o dicionário que consegui acrescentar ao elenco de "widgets" - qualquer coisa como pequenas aplicações - do sistema operativo do meu computador: "quarta letra e terceira consoante do alfabeto grego; terreno situado entre dois ou mais braços de um rio, junto à foz, apresentando a forma da letra grega deste nome"), e tem uma agenda limitada pelos discutidos critérios de bilheteira. Compreensível.

Mas não resisto: entre uma abalada até à Foz do Arelho, uma tarde bem passada no sossego da minha casa ou uma ida ao cinema, tenho escolhido a última alternativa. Embora o inverno já não seja aquilo que foi, a ideia de antecipar as idas à Foz parece-me arriscada. Uma vez por semana, procuro ir ao cinema. Sou, minimamente, claro, criterioso na escolha, ou seja, não vejo tudo o que exibem: e isso limita-me. A sala está quase sempre vazia, vejo os filmes acompanhado de três ou quatro pessoas, no máximo.

Tenho visto poucos filmes realizados por portugueses: e isso aborrece-me. A produção é reduzida e a maioria das fitas não passa por aqui.

"Jogos de Poder" e "Call Girl" estavam em exibição simultânea: o primeiro já o tinha visto e "Call Girl" foi, então, a escolha possível. O realizador, António-Pedro Vasconcelos, é um nome que me merece respeito. Realizou filmes marcantes: "Oxalá", que reflectia o Portugal de depois da Revolução ou "O Lugar do Morto", que tem excelentes ideias de cinema.

"Call Girl" é um filme fraco, mas com bons actores, e tem pormenores inaceitáveis: o bigode da personagem interpretada pelo excelente Nicolau Breyner é completamente artificial: vê-se ao longe e de primeira.

O argumento é vulgar e exagera nos lugares-comuns. Enfim, um filme que se vê mas que rapidamente se esquece.

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