afunilando
O tipo de gestão escolar imposto pelo ME (Decreto-lei nº 75/2008) está tão na génese das desastrosas políticas da Educação como o modelo de avaliação de professores. A imposição abriu uma espécie de caixa de Pandora e encontrou aplausos nos pouco crentes nos méritos da democracia.
À medida que o tempo se escapa, a ideia de agrupar escolas associada à fuga da democracia tem fragilizado o poder democrático da escola e acentuado o desperdício de dois nomes quando eram ainda mais vitais: a cooperação e a mobilização. Chega a ser difícil de descrever o modo como se dilacerou a atmosfera relacional nas nossas escolas.
Entre o rol de deméritos, encontramos nas posições cimeiras o abandono das tão propaladas ideias de autonomia e de responsabilidade. O citado decreto chega a ser considerado singular no mundo conhecido, ao inscrever um concurso para director que é também uma eleição. Por outro lado, garante aos Conselhos Gerais a possibilidade de eleger e demitir o director, mas recorre ao SIADAP para outorgar a um director Regional o poder de avaliar com quotas as figuras executivas das escolas. Tanto desmiolo em tão pouco tempo é obra.
O Ramiro Marques, aqui, volta a fazer um post sobre o assunto com excertos do último livro de Licínio Lima.