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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

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da pedagogia e em busca do pensamento livre

e santo onofre? (10) mais? é impossível

05.05.11

 

 

 

Pedem-me para continuar a escrever sobre Santo Onofre, mas confesso: faz-me mal à saúde conversar e escrever sobre aquela instituição de ensino. É muito difícil lidar diariamente com a destruição de tudo aquilo que levou anos a construir e com os resultados que se conhecem. Ouvir os desânimos inultrapassáveis e generalizados durante muito tempo não ajuda nada. Ainda por cima os sinais da má imagem já romperam fronteiras e o passar do tempo só acentua os dramáticos efeitos nos alunos.

 

Ando há dias com este post por escrever e faço-o agora para sublinhar o óbvio: acredito que haja alguém tão triste como eu com o estado insustentável da instituição, mas tenho a certeza que não há quem esteja mais triste. O facto de ter tirado um bilhete de balcão não impede que ouça os desabafos, as críticas e o desassossego que ultrapassou há muito os muros da escola sede.

 

Os últimos episódios não surpreendem. Encontrei uma colega que exerce um cargo de gestão escolar num agrupamento vizinho. Depois dos cumprimentos iniciais foi taxativa: já leste a avaliação externa da tua escola? Mau, muito mau mesmo. Pior é impossível. Têm o mínimo normalmente atribuído em todos os parâmetros e o descritivo envergonha-vos. Levaram com suficiente em tudo menos na organização do agrupamento, onde o bom é normalmente a classificação mais baixa que a inspecção atribui. Os resultados dos alunos estão sempre a descer e nem há projecto educativo aprovado.

 

Ainda balbuciei uma justificação do tipo: o pesadelo há-de terminar, é um momento mau mas passageiro. Debalde. A vossa escola tem uma péssima imagem em todo o lado, sentenciou a colega. Disse mais umas coisas que me escuso a escrever.

 

Fiquei envergonhado. Tenho um sentimento especial por Santo Onofre e ninguém gosta de ver o seu clube a ser goleado. O histórico e o bilhete de identidade daquela instituição ficam manchados.

 

Quem começou como uma escola TEIP, e teve de arregaçar as mangas para o que se sabe, sente uma dor de alma sem fim com a actualidade. Somos muitos os que sentem isso e não paro de receber mensagens de quem deu muito àquela instituição e que agora está fora ou reformado.

 

As avaliações externas valem o que valem, não lhes dou, objectivamente, grande crédito e não há relatório capaz de descrever o grau da dor. Para proteger a saúde, não fui capaz de o ler.

 

Fiquei preocupado com os resultados que estas coisas podem ter no futuro que se avizinha. De instituição de referência, com palavra e com excelentes progressos dos seus alunos, passámos a nem-sei-o-quê.

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