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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

generalizar a flexibilização curricular

18.01.18

 

 

 

A flexibilização curricular, ou interdisciplinaridade, nunca se impôs institucionalmente por causa de "impossibilidades" organizacionais. A hiperburocracia (também a digital) revelou-se a principal componente crítica. Foi assim nas experiências de 1989 e 1998 e há sinais de repetição, como alguém, numa experiência em curso bem a norte, relatou num email:

"(...)as nossas avaliações são sempre muito positivas. Confunde-se crítica a um processo com má opinião sobre organizações e profissionais num ambiente de clubite. Cria uma ilusão fatal. Os relatórios e inquéritos ouvem pessoas condicionadas, desinteressadas ou com medo de expressar uma opinião crítica.(...)"

É evidente que as avaliações no sistema escolar não são tão fatais como noutros universos. Os célebres helicópteros Kamov passaram sem mácula nas listas de verificação e quando Pedrógão ardeu nem sequer descolavam; ou o BES atingiu nota máxima nos testes de stress e dias depois faliu deixando centenas de pessoas sem as poupanças de uma vida; ou ainda, e como se viu no último prós e contras, há urgências de hospitais públicos com relatórios recomendáveis e com "uma realidade comparada a países de terceiro mundo; em guerra" (dito em directo por médicos e enfermeiros com conhecimento dos dois cenários e sem a discordância dos dirigentes presentes). E é preciso coragem para discordar. É muito triste, mas é assim.

Ou seja, as escolas podem generalizar com base em experiências recomendadas (será grave se conjugarem com obsessão os verbos reunir, articular, registar, normalizar e quiçá imprimir e observar em "pares de oportunidade") que a implosão organizacional pode ser novamente uma questão de tempo.

Interdisciplinaridade-é-o-futuro-das-Universidades-no-Mundo