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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

do medo de ter medo

21.12.14

 

 

 

 

Em 3 de Junho de 2011 escrevi um texto, que se chamou "O medo como herança", que tem motivos para se repetir nos tempos que se aproximam. Por vezes, e em eleições e por muito construtivo que se queira ser, o mais importante é que seja derrotado quem governa. Para além da burocracia que paralisa, acrescentou-se uma "irreparável" destruição criadora como corporização de um fanatismo para além da troika que está presente desde o início. É mesmo isso que se pode acentuar se a actual maioria continuar a governar e basta recuperar o tal de guião da reforma do Estado que voltará à agenda com as mesmas e comprovadas falácias; na Educação será mesmo conclusivo.

 

"Não sei se o caso France Telecom foi consciente. Não tenho dados para o veredicto. Do mesmo modo, permito-me dar lugar aos que especulam que o que se viveu em Portugal nos últimos anos foi de premeditação inconsciente embora com resultados igualmente desastrosos. O que mais me impressionou neste período, e que me oxigenou a não desistência, foi a generalização do medo. O pavor de existir é a mais nefasta herança desta governação.

 

A má burocracia corporizada em amontoados de grelhas anula o indivíduo e o seu inatismo cooperativo e gregário. Institucionaliza o formulário com campos sem fim e em que o erro num deles pode sentenciar a reprovação, a vergonha e a imobilidade na progressão na carreira. Sobrecarregar o indivíduo com burocracia associada a uma pirâmide clientelar e preenchida por uma ficção em forma de ferro, venera a bajulação, exclui a dignidade e impede qualquer veleidade à inovação, à inteligência e ao primeiro atributo do conhecimento da razão: a liberdade. É a pensar nessa liberdade que votarei e na esperança de fechar este trágico capítulo."