Do imprevisível nos vistos gold
Mais do que gestores do público ou do privado, há pessoas honestas e outras que nem por isso.
O que o caso dos vistos gold mais salienta, para além da corrupção que nos consome, são as quase certas ilegalidades de funcionários públicos com cargos elevados na hierarquia. Já estávamos habituados à corrupção dos privados, com a banca em lugar de destaque, e às práticas lesivas do Estado praticadas pelo poder político, mas desta vez o flagelo atinge o âmago da democracia.
O caso dos vistos gold é imperdoável. Quem serve a coisa pública tem o dever de proteger a instituição que serve e de a colocar acima dos interesses pessoais. A legalidade é um dever de cidadania para todos, sabemos isso, mas estes quadros da função pública foram, ao que tudo indica, de um egoísmo inaceitável numa sociedade flagelada por cortes salariais, pelo desemprego, pela emigração e pelo empobrecimento.
Se se comprovar a sua inocência, então o caso terá contornos gravíssimos na mesma.