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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

a culpa é dos professores

14.12.17

 

 

 

Ser professor é exigente. Claro que não se dá crédito às desconsiderações do costume, mas custa ouvi-las da presidente do Conselho Nacional de Educação. Só agora li integralmente a sua recente entrevista. Já tinha escrito que Maria Emília Brederode dos Santos "escolhe o ensino expositivo generalizado" como causa do abandono escolar e não menciona sequer outra variável. Mas mais: os professores são os culpados pela indisciplina dos alunos (relaciona-o com a idade avançada). Ou seja, um aluno não deve ser bem educado mesmo que não aprecie o ambiente das aulas. "Ainda recentemente", um estudo da OCDE concluía que os professores portugueses (os mais considerados por alunos e encarregados de educação) são os que perdem mais tempo para começar uma aula por causa do ruído comunicacional dos alunos. Será caso para algum humor: ainda antes de começaram a exposição, os professores provocam ruído comunicacional como princípio didáctico.

 

Nota: o estudo publicado pelo CNE deu origem a este título do Expresso: "Alunos que estão atentos às aulas têm boas notas"; esta descoberta da pólvora acrescenta: "resistem ao barulho e à desorganização". Isto só lá vai com uma visão humorada.

No site Shifter.pt, as declarações da presidente do CNE têm outro tratamento: "Os alunos portugueses continuam a ser dos que mais chumbam na Europa (por exemplo, 17% até ao 6.º ano).(...)Portugal tem a percentagem mais elevada de alunos do ensino secundário que recorre a explicações fora da escola.(...)Em Portugal, educar uma criança entre os seis e os 15 anos custa quase 63 mil euros."

 

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Imagem do blogue Diário de Bordo