da defesa da escola
Por muito que custe aos defensores das desastrosas políticas Educativas do anterior governo, o cerne da defesa do poder da escola democrática vai ganhando terreno e torna-se uma evidência. Foi por assentar num conjunto de ideias sólidas e estruturadas, que os professores resistiram contra tudo e contra todos e vão registando vitórias consecutivas - embora algumas ainda sejam ténues ou de resultado mais distante no tempo -.
Bem sei que para alguns fazedores de opinião a verdadeira motivação do núcleo de professores que constrói a sua argumentação a partir do interior das salas de aula pode parecer uma retórica destinada apenas aos importantes objectivos financeiros ou de carácter corporativo - também legítimos, por falar nisso -.
Mas o que se está a tornar indestrutível é o olhar de uma escola que se quer redefinir em tempos de pós-modernidade (sociedade heterogénea, aberta, relativista, incerta, plural e abundante de informação) e de globalização. Não adianta remeter os autores do discurso "resistente" para o lugar dos conservadores e não necessariamente dos progressistas; é um logro, como se tem visto.
Entre tantos outros parâmetros, o que começa a prevalecer (e com tanto que podia escrever sobre o assunto) são as ideias de escola, de autoridade, de ensino, de transmissão ou de educação em detrimento dos conceitos de conhecimento, de informação, de aprendizagem e de ao longo da vida (estes últimos são tão óbvios e tão eternos que entraram num processo de autofagia).
Quem são os responsáveis, políticos, económicos e sociais, pelas ideias em queda? Em primeiro lugar, os mesmos da hecatombe financeira.